fácil de destruir; quebradiço;
Estive pensando sobre como somos frágeis.
É preciso quase perder o que se tem para se passar a dar valor àquilo. E às vezes, esse efeito de "perdi, vou cuidar", não dura muito tempo. Dura só enquanto não aparece nada mais interessante para ocupar nossa mente.
Nunca se está satisfeito com o que se tem. Se hoje não se está satisfeito, é porque se quer alguma coisa que não se tem. Se amanhã se perde tudo o que se tinha ontem, se estará insatisfeito porque ontem você estava melhor. E se amanhã se melhorar, continuar-se-á insatisfeito pela possibilidade de ter muito mais. E é essa maldita possibilidade de ter mais que faz com que não se esteja satisfeito com o que se tem nunca.
Até quando as pessoas vão continuar "querendo tudo o que amam" e se esquecendo de "amar tudo o que têm"?
Quanto se precisa perder - ou quase perder - para se dar conta de que pequenas coisas fazem muita diferença?
E porque só se aprende à força: é ter tudo ou ter nada - para se perceber o quanto se tinha?
Somos frágeis e as coisas que nos mantêm em pé, também. Nunca se sabe por quanto tempo se terá tudo o que se tem agora e não se sabe a falta que aquilo fará. É preciso viver hoje como se fosse o último dia de sua vida - uma hora você acerta -; amar à todos, como se fosse a última vez que você pudesse fazê-lo; perceber que as coisas pequenas têm sua grandiosidade e dar valor à elas antes de perdê-las.
Porque é melhor poder olhar para trás e ficar feliz em lembrar que "eu fiz o meu melhor, eu dei o melhor [sem malícia]", do que ter apenas quilômetros de silêncio diante de si.
Ser humano tem suas delícias: somos os únicos seres racionais do planeta. Sentimos porque sabemos que sentimos. Sabemos das coisas que nos cercam e não fazemos tudo por "instinto". Mas tudo isso deixa de ser bom à partir do momento que a nossa racionalidade vira obceção pelo desejo de posse.
Ps: Esse texto faz parte das coisas que escrevo pra mim. No primeiro post disse que escrevo porque é assim que entendo as coisas: escrevendo. E passei a escrever mais depois que um certo alguém me avisou de que todas as respostas para os meus probleminhas e confusões estavam no que eu escrevia; era para que eu prestasse mais atenção em mim.
Sabemos tudo o que precisamos, mas em certos momentos, é necessário que alguém diga tudo o que sabemos para nós, para nos darmos conta daquilo.
Como eu sempre procurei observar as coisas e aprender pelas percepções alheias (quase um meio de auto-preservação), eu resolvi fazer esse blog também por isso: para colocar as minhas percepções aqui e "doá-las" aos que que também aprendem observando o erro dos outros.