quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

falta...

O dia amanheceu querendo ser feio. Fez calor e aquelas enormes nuvens escuras carregadas de água não sumiram nem desabavam. Preferia que tivessem desabado, preferia que tivesse chovido.
Tomaria banho de chuva pra tentar, quem sabe, lavar a alma e deixar tudo aquilo que pesa aqui dentro ir embora. Mas não choveu e eu tive que me carregar o dia todo.
No caminho da cabelereira, uma briga que cheirava à gasolina. Eu fiquei quieta, só assistindo, querendo que tudo aquilo acabasse logo.
O tempo não passava, se arrastava. O ar parecia sólido demais pra ser respirado.
A cabelereira errou no corte, de novo. Não reclamei, de novo. Liguei o foda-se e fui embora.
Dormi um pouco. Andei um pouco em círculos. Pensei um pouco em tudo, de novo; e mais uma vez.
Senti saudade. Quis fugir. Quis te ver.
Hoje o dia não foi bom porque eu não acordei disposta a fazê-lo ser bom. Era pra você ter me abraçado ontem e não o fez. Não é culpa sua, eu sei.
Mas fui eu que deixei que você chegasse. Agora é a sua ausência que faz silêncio em todo lugar.