domingo, 27 de maio de 2007

pela janela do carro

"Se eu soubesse, teria trazido meu mp3. Pelo menos o tempo passa mais rápido ouvindo música."

E pra qualquer lado que se olhasse, havia gente. Pessoas brincando, casais andando por aí numa noite pouco convidativa, pessoas voltando de alguma balada, outras indo; algumas apenas paradas e conversando, outras consertando um carro quebrado e, como não podia deixar de ser, pessoas bêbadas. Mas todas sorrindo.
Não se andava mais de um quarteirão sem se ver meia dúzia de pessoas.
Vida.
A noite faz isso com as pessoas.

Uma metáfora que surgiu sem aviso prévio me fez pensar que, assim como as luzes foram criadas para que se pudesse ver as coisas - mas somente aquilo que se quer ver (afinal, não há luzes por todo o planeta) -, à noite as pessoas mostram aquilo que elas querem que os outros vejam.
Em alguma conversa sem muito utilidade com algum amigo meu, brinquei "ah, é que depois das 22 horas você se revela!"
Brincadeiras à parte, não é verdade que à noite as pessoas aceitam ser um pouco mais elas?

Acho que a noite inspira a sinceridade.
Ainda que sem perceber, sempre gostei da noite.
Só nunca tinha parado para pensar porque eu a achava tão bonita.