domingo, 15 de julho de 2007

por ontem

Tudo o que eu diria se a boa convivência não falasse mais alto.



Fazia meses que eu não a via. Aquela amizade intensa e generosa, que tinha espaço pra todos, se transformou em algumas conversas descompromissadas casualmente.
Culpa do afastamento que o fato de eu ter mudado de escola provocou? Ou culpa do fato de ela não ter mudado comigo? Falta de tempo? Falta de interesse? Falta de coragem?

A verdade que os amigos de verdade sempre permanecem, não importa o que aconteça.
Não importa o que aconteça.
Como eu acho que está difícil de entender, me explicarei (um pouco) melhor.

História nem um pouco incomum.
Ela ficou com um carinha, começou a gostar dele, disse que era recíproco, se apaixonou.
Ela gostou e deixou que ele fosse ganhando espaço. E ele foi.
Dominou primeiro o coração, depois os dedos - aquela história de aliança - e e partiu para o pensamento. Ela não pensava em outra coisa a não ser nele. Não falava de outra coisa a não ser dele. E quando estava quieta, não rabiscava outras coisas que não fossem corações, "love", "forever", "te amo"; coisas do gênero.
Com a distância, tudo piorou. Telefonemas não existiam mais e encontros então; luxo. Tudo era "vou chamá-lo" ou "vou pedir pra ele". Peraí! Ele é seu namorado ou seu dono. E se ele fosse, ela não ia. Se ele não deixasse, ela não ia. E foi assim que fomos parando de nos ver.
Ela passou a ser uma amiga virtual. Na verdade, nem virtual mais.
Cosniderando as atuais circunstâncias e a falta de paciência para com a falta de identidade - dela - e dos velhos assuntos - ele; seeeeempre ele -, pedi para o msn não me mostrar mais online para aquela pessoa.
Estar ou não estar online, que diferença fazia? Nenhuma.
Ela se tornou apenas uma boa lembrança. E o pior: porque ela quis.
O único amigo dela é aquele a quem ela chama de "amor". Não que eu não deseje a felicidade dela, mas acho que permitir que o seu mundo se resuma à uma única pessoa não é algo muito inteligente.
Não é algo que eu entenda e aceite com muita facilidade.
Mas tudo bem, eu sei que tem muita gente que tem que permitir que lhe tirem sua identidade e autonomia para aprender a dar valor à elas; dar valor a si próprio.
Tem gente que só aprende errando, muito feio e muitas vezes.
Então eu não interferirei nas decisões dela. Sei que dificilmente essa pessoa vai ler esse texto - ela muito provavelmente nem sequer lembra que esse blog existe (isso porque dizia que adorava as coisas que eu escrevia). Ficarei apenas observando e pensando que, apesar de ela ter desisitido de todas as amizades por um motivo besta (porque namorados vão e vêm, mas amigos ficam pra sempre), eu vou estar aqui quando ela precisar de mim. Não por "sermos amigas hoje", inclusive porque, lamento ter que admitir, isso não é verdade; mas pelo que fomos um dia.