sábado, 13 de janeiro de 2007

a seco

Será que tudo o que via era real mesmo?
Já não sabia. Preferia ficar de olhos fechados e não ver nada, então.

Ela falava e ele não entendia. Quer dizer, não se sabe se não entendia, se não podia ouví-la ou se não acreditava; mas não desistia.
Nenhum deles desistia: ela de falar e ele de não entender.

Ficava sem ar quando se desesperava, e havia muitas coisas que a deixavam desesperada de muitas maneiras, mas não quis explicar.
Virou e se encolheu, o máximo que pode.
E ficou lá até desaparecer.
Ou até não ter mais consciência do que parecia.



[Porque errar é humano mas persistir no erro é burrice. Não queria se odiar mais uma vez.]