quarta-feira, 17 de setembro de 2008

epitáfio

De repente eu me dei conta que "sim, você é do tipo que compra".
Bem verdade.
As roupas já não me servem mais, o quarto parece ser de outra pessoa, e, afinal, de quem é essa letra?
Aquele meu mundo não existe mais.
Talvez ainda brilhe, em algum lugar, de alguma forma, como uma estrela que não existe há bilhões de anos continua brilhando. Talvez ainda haja um pouco daquela minha velha luz nos olhos de alguém. Talvez não.
Vou me mudar.
Esse endereço está ultrapassado, essa casa que não é minha.
A gente tem que saber a hora de ir embora.

E a mudança foi grande assim? É, não tinha me dado conta.
Agora é que começa a diversão.
Bruna no ar.
Pra onde o vento levar.

[ Mas não era por ser assim que ela era tão bonita? ]

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

a efemeridade das brunas

Desapego.
Que sentimento é esse de que nada me pertence, eu não pertenço a nada nem ninguém, nem lugar nenhum, essa coisa que vem e de repente some e quando eu me dou conta, está tudo vazio, de novo.
Daquele jeito que, de certa maneira, me agrada.
Mas que machuca os outros.
Que outros?
Cadê os outros?
E cada um que vem, faz de mim outra.
E cada outra, eu sinto, pego pelas mãos, me apego um pouco, aproveito pra me refazer.
Não passa de um intervalo; intersecções, talvez.
Mas no final, cadê os outros?
Cadê as outras minhas partes?
Sou crua.
Eu machuco.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

to rock

Outro dia eu estava ouvindo. Meio quieta, mais pra lá do que prá cá.
A mulher falava de uma coisa legal, um idéia genial, coisa boa pra se ouvir.
Mas o meio veio só pra amortecer o começo; se é que a palavra certa é "amortecer". Em todo caso, antes dela começar a falar tudo aquilo que eu adorei ouvir, ela falou "ontem eu tava escrevendo no meu blog...".
Eu: "você tem um blog?" - e já ia pedir o endereço, mas ela me interrompeu e disse "tenho sim, um onde eu não publico, apenas escrevo."
"Porque?"
"Porque eu acho que não tô preparada pras pessoas me verem assim, tão intimamente."

Será?
A minha intenção quando fiz o blog era perder a vergonha de deixar as pessoas lerem o que eu escrevia; justamente por achar que aquilo era eu assim, eu muito intimamente, e as pessoas não deveriam me conhecer.
Não me acho um monstro, mas juro ter a impressão de que assusto. Ser assim, tão transparente, seria uma coisa boa se as pessoas estivessem preparadas para idéias cruas e sem sentido: eu.
Mas não acontece.
E as vezes eu tenho medo de dizer o que penso.
A verdade é boa sim, mas até onde? Até quando?
Cansei de ver gente de joelhos implorando por ela e depois em prantos por não aguentar.
Tem coisas que não precisam ser ditas.
Preciso aprender a ponderar; embora seja difícil fazer isso quando você dá tanto valor à sinceridade, mesmo sabendo da possibilidade de ela te derrubar.
Pode vir, eu aguento. Eu posso até sofrer um pouco, mas eu sei que isso não vai acabar comigo.
Como era mesmo aquela frase que fazia muito sentido? Acho que era "meu erro foi esperar dos outros atitudes que eu teria."
Continua valendo, mas de uma perspectiva que eu não tinha notado.
Onde é que vale a pena deixar as intenções inciais para não ter que ver tais retaliações? Consequências.
Estava certa em querer perder a vergonha de me mostrar quando fiz o blog, mas eu mudei e as pessoas não querem ver.
[ Há! Talvez nem eu queira ver. ]

"Viva as diferenças, se fosse todo mundo igual, o mundo seria muito chato!"
Agora aguente esses abismos sem perder o rumo; se é que isso é possível.

Que eu nunca descubra tudo, que sempre me perca, que nunca saiba de nada.
Que ninguém nunca saiba quem sou eu.
Que eu nunca seja uma só face.
Não estou aqui pra isso.

[Vou começar a colocar muito mais coisas que outros escreveram e encher mesmo a minha pasta 'rascunhos'. Acho que vai ser melhor assim.]

domingo, 31 de agosto de 2008

desconexa

Os pés levam.
Não se sabe pra onde nem porque; eles apenas levam.
Acho que com o impulso que sobrou daquele tempo em que haviam certezas e sonhos fortes.
Hoje o espaço pra hesitação é tão grande que os pés levam simplesmente por inércia, pro futuro que um dia foi certo. Ou pro que restou dele.
As pessoas perguntam, olham, não entendem. Mas tudo é tão bonito que indagar é quase um pecado. Não vê?
Poupe-me daquilo que é tolo. Pensar é dolorido. Tudo que quero é sentir e andar. Sentir andando. Ando sentindo.
Permito que me pergunte, mas nunca disse nada sobre responder. E não respondo porque não tenho as respostas; não quero ter. Não vejo valor nelas.
Os pés levam.
A chuva lava.
E os olhares assustados, os corações inquietos, os pensamentos cheios de medo... Eram tão pequenos e julgava não terem razão de existir. Mas ela compreendia e, quieta, me calo.
Respeito. Só por isso o silêncio.
Eu aprendi a admirá-lo também.
De alma lavada.
A gente sabe o que tem que ser feito. Difícil é ter coragem pra colocar em prática.
Em todo caso, ainda que todos os motivos grandes não sejam os bastantes e acabemos nos apegando aos pequenos porque eles são maios bonitos e porque precisamos deles, tudo estará bem.
E só continuar andando; sem pensar.

Não faça perguntas.
Se as respostas existirem, elas podem não ser bem vindas.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

[ Sim. ]

Depois de horas conversando, ouvi um "foi por isso que você veio".
Vai saber... Talvez sim, talvez não.
Acho que eu não vim pra nada.
Ou vim pra descobrir porque vim.
Eu não pensei, eu vim.
Eu sempre fiz assim, eu sempre fui assim, eu sempre fui; porque sim.

E não mudei.
Evolui.

Um dia eu falei ou não pra alguém que o entenderia quando o tempo passasse, eu ficasse mais velha e a vida me fizesse fria e até um pouco cruel.
Aconteceu.
O mais engraçado é que quando eu olhava pra ele de baixo, com os braços cruzados e os olhos zangados por ele ser tão assim, daquele jeito que eu não entendia, apesar de não entender, eu sentia pena dele, sentia pena por ele.
Mal sabia eu que sentia pena daquela que seria um dia.
E hoje as coisas têm um ar diferente.
Evolui.
Muita coisa mudou.
Evoluiram.

[ Você é feliz assim? ]

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Milan Kundera, Alberto Caeiro e um terceiro

Das conversas promísucas na madrugada que eu devia estar dormindo.

- Você tirou uma das melhores fotos do seu álbum...
- Qual?
- A de rosinha... Ah, não, tá aqui ainda. Você bem que podia me mandar essa foto, neh!?
- Porque você acha que ela tá pequena?
- Pra deixar na vontade?
- Exatamente!
- Conseguiu...
- Sim, sim... Costuma funcionar. [ Convencida! ]
- Convencida... Eu tenho saudade daquele tempo que ficamos juntos...
- Vixi... Faz tempo, hein!?
- Sim, mas eu ainda lembro! Você se esqueceu?
- Nao esqueci. Desenterrei agora, pra ter certeza.
- Entendi... Faria de novo?
- Sei lá, tô numa fase muito estranha de ficar com todos, ao menos que eu conheça.
- Tá ficando com algum?
- Alguns. Mas só gente desconhecida.
- Quantos?
- Alguns.
- Ah, Bruna! Não gosto assim não...
- Mas aí!? Não tem que gostar.
Nesse exato momento, não tô aqui pra agradar ninguém; mas finjo muito bem, só pra ser agradada um pouquinho, conseguir o que eu quero, seja lá o que for.
E o que os outros pensam... Eu não fico tempo suficiente pra saber, ouvir e odiar (ou não). Pouco me importa.

O quê?
Não sei.
Pouco me importa.

E aquela insustentável leveza que tanto me agrada.
Agora faz parte.
Mas só parte; aprendi que ser incompleta é uma das melhores coisas do mundo.

domingo, 17 de agosto de 2008

outras palavras...

...e a crise de riso que de repente quis nascer mas que impedi de vir ao mundo!

Uvi Strella, de Juó Bananere

Che scuitá strella, né meia strella!
Você stá maluco! e io ti diró intanto,
chi p’ra iscuitalas montas veiz livanto,
i vô dá una spiada na gianella.

I passo as notte acunversáno c’oella,
inguanto cha as otra lá d’un canto
st’o mi spiano. I o sol como um briglianto
nasce. Ogliu p’ru céu: Cadê strella?!

Direis intó: O’ migno inlustre amigo!
o chi é chi as strellas ti dizia
quano illas viéro acunversá contigo?

E io ti diró: Studi p’ra intendela,
pois só chi giá studô Astrolomia,
é capaiz di intendê istas strella.
[ Muito bom.! ]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

dots!

Visual novo, de novo. Mentira; já faz um bom tempo, eu coloquei esse layout. Mas quis colocar de novo, e aí!?

Mais leve do que o outro.
Porque "leveza" é uma palavra que tem feito muito sentido pra mim.
É assim que tenho me sentido.
E coisas boas a gente procura dividir com os outros.
Minha leveza e quase tudo o que passa pela minha cabeça aqui.
Até as coisas que não são tão boas assim...
Fazer o que, desbafo é desabafo.

Chega de azul! E já passou da hora de colocar uma roupa.
[ Hein!? ]

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

different names for the same thing

Saí, já estava escuro.
Decidi voltar a pé pra casa; a bateria do mp3 estava carregada.
A lua me acompanhava; eu sou minha melhor companhia.
Pensei e percebi.
Gosto de escrever, mas não me imagino fazendo isso pra viver.
Acho que eu não nasci para escrever histórias ou descrever alguma coisa.
Prefiro mais é fazer história.
Escrever minha história e fazer as pessoas fazerem parte dela.
Viver é se jogar de cabeça.
É ter história pra contar ainda que você prefira simplesmente colecionar.

Taí; escrevo mesmo é pra mim.
Mas ainda sou maior que isso.



But I'm thinking of what I heard.
That love is watching someone die.
So, who's gonna watch you die?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

[ disciplina ]

Acordar cedo é chato.
Em todo caso, com muito custo, me jogo da cama e vou me arrastando até o banheiro terminar de acordar debaixo do chuveiro.
Todo esse tempo de férias me deixou muito mal acostumada.
Mas tudo bem, vou aprender a acordar mais rápido - ou colocar o despertador pra tocar mais cedo e ter mais tempo pra enrolar - e fazer valer a pena.
É a última vez que faço cursinho.
Porque já passou da hora de passar pro próximo estágio, né!?
E deixa eu ir dormir porque também já passou da hora de quem quer passar na USP estar na cama...

[ É só esperar o bolo que tá no forno ficar pronto!
Pois é, eu faço bolo de madrugada! ]

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

cotidiano

Ficar quase duas e horas e meia no trânsito só pra fazer um caminho que em condições normais de trânsito e pressão leva, no máximo, meia hora, é um absurdo, praticamente inconcebível, estressante e me deixou com enxaqueca.
O excesso de gente mal educada - subentende-se "mal comida" - complica ainda mais. Algo como "tiiio, se você me deixar entrar na sua frente, você vai chegar em casa 30 segundos mais tarde. Se importa?".
Sim, todo mundo se importa, todo mundo tá de mal humor e provavelmente em abstinêcia de sexo, álcool, drogas, alguma música, sei lá.
O stress é tanto que te contagia. Fiquei sim de p*** da vida. Até chorei de raiva! Pois é, eu também acho que valia mais a pena chorar pelas criancinhas da África ou pelo meu peixe que morreu, mas eu chorei por causa do trânsito.
TPM + raiva + sono = Bruna chorando.
Tá, isso é um pouco humilhante ou embaraçoso, sei lá... Então, mudemos de assunto.
Lá, no meio daquele mega congestionamento, pensei em milhares de coisas. Vou tentar lembrar de algumas delas pra colocar aqui.

Quando eu tiver um filho, eu não vou falar pra ele de lobisomem, homem do saco, loira do banheiro, bicho papão, boi da cara preta, nada do gênero, só pra assustá-lo e fazê-lo entrar na linha. Serei sincera desde sempre: "filho, se aprontar, vai pro vestibular!"

Depois pensei meia dúzia de besteiras que não valem a pena serem citadas, caí na gargalhada e cheguei a conclusão que vale mais a pena ficar chateada pela morte da bezerra do que por homem. Afinal, homem é que nem biscoito, vai um, vem oito.
A nossa felicidade deve depender única e exclusivamente de nós. Não ter o que se espera, sendo qualquer coisa que independa da nossa vontade, não deve nos deixar mal. Temos que nos ter, acreditar em nós, ao invés de depositarmos nossas fichas nos outros.
Isso me fez em pensar nos meus sonhos.
Eu mudo de planos como mudo de calcinha. Nem tudo o que eu quero agora, eu vou querer daqui cinco minutos. E é por isso que eu penso mais um pouco antes de colocá-los em prática. Muitas vezes, não vale a pena. Mas tudo bem é divertido!
Enfim, temos que nos apegar aos nossos sonhos. Quem não sonha, não sai do lugar pelo simples fato de que não sabe pra onde ir. Temos que tê-los como guia, como nossa força motriz. E devemos saber que eles são nossos e só nossos. Podemos até colocar outros que acabam por surgir hora ou outra, na frente daqueles nossos mais antigos, mas jamais, em hipótese alguma, devemos abandonar aquilo que é nosso.

Também pensei que não, não sei o que eu quero fazer da minha vida. Será que esse é um problema muito grande? As coisas que eu quero se confundem com as que eu preciso e com aquelas que desde sempre eu me acostumei a ver como já sendo minhas, bastava apenas eu esticar os braços e dedos na hora certa, agarrá-las e levar comigo. Afinal, desde sempre elas são minhas.
Bom, espero que não seja um grande problema.

Enquanto eu pensava, chovia. Amanhã vou estar respirando melhor; por conta da chuva.
Ontem eu tomei um banho de chuva!
Resolvi vir pra casa à pé a pegar ônibus lotado e todo fechado, além de demorar mais pra chegar em casa do que se eu tivesse vindo à pé.
Mas no meio do caminho, tinha uma enxurada. Chuva de vento, chuva de pedra, e eu com o guarda-chuva de $10 da feirinha; àquele que eu tenho que segurar com uma das mãos pra não virar. Pois é, não foi um bom negócio, mas eu não achei outro.
A chuva praticamente me levou.
Mas ao invés disso, me lavou.
Por um segundo, não havia preocupações. Só a chuva gelada me fazendo congelar.
Os problemas ficaram tão pequenos que foram embora.
Incrível. Adoro a chuva. Até dançaria na chuva pra me sentir mais feliz, mas eu só buscava a paz de espírito que encontrei, e não um resfriado.

O que é do homem, o bicho não come.
Minha mãe sempre me diz. Quanto será que isso vale?

Verdade é uma coisa que pesa. As vezes a gente tenta evitar, mas verdade é verdade e ela estará lá por mais que a gente não queira ver.
A questão de sermos felizes por nós mesmos entra aí. Independente da verdade, temos que ter dentro de nós algo que nos faça felizes. Ainda que as vezes sejamos pessoas felizes num momento triste.
Porque não? Somos humanos antes de tudo.

Seria muito bom se soubessemos usar todos os conselhos que damos! A gente fala, fala, fala, termina falando que, "é claro, é muito mais fácil falar do que fazer", mas só entendemos mesmo quando é com a gente e a gente precisa que nos digam aquelas palavras que nós sabemos de cor e salteado.

Trânsito é uma merda! Temos que diminuir, sabe-se lá como, a quantidade de veículos nas ruas. Portanto, quando eu for sair de carro, eu aviso à todos; assim, a número de carros diminui, o stress diminui e eu não fico pensando abobrinhas sozinha.
Pois é, é assim que todo mundo pensa. "Diminuir a quantidade de veículos, mas eu não abro mão do meu!"
Eu até queria ir de ônibus. Poderia descer antes do Paço Municipal, fugir do trânsito e ir a pé. Chegaria em casa com um pouquinho de frio, mas nada que um banho quente não resolvesse.

De qualquer maneira, o fim de tarde foi assim.
Cheio de baboseiras, idiotas e businadas.
Quem sabe amanhã eu não tenha mais sorte?
O dia começa bem: aula de aéreo 8:30 da madrugada.
Bom, não tão bem assim...
Mas a gente sobrevive.

Sim, me recuso a reler todas as coisas que escrevi pra corrigir eventuais erros de português e tal. E se estiver um post horrendo... Agora você já leu, fazer o quê!?

A propósito, o fim de noite foi legal. Dinner for free no Vivano Grill.
Comi demais.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

mentiras mostradas e publicadas

Uma vez li uma frase estranha, daquelas que não tem muita utilidade e ainda assim, a gente não esquece.
"Momentos de felicidade congelados."
Não lembro onde li, mas obviamente falava de fotografias.
É engraçado o que essa história de se vender por fotos e palavras sem precisar trocar nenhum olhar, faz.
Colocamos meia dúzia de fotos bonitas, arrumadas no Photoshop ou com uma excelente luz, e colocamos algum texto que lemos um dia e achamos bacana, e, de repente, somos pessoas legais!
Vendemos mesmo a vida que queríamos ter. A felicidade que gostaríamos que as pessoas acreditassem ser nossa. O corpo com o qual sonhamos.
Tudo é manipulado para ser vendido.
E nós queremos comprar tudo.
Ser você mesmo de repente fica difícil. De repente, você não é a mesma pessoa que todo dia se conecta na internet.
Fica difícil conviver consigo mesmo.
Vendemos nossos sonhos. Assim, fácil, pra quem quiser pegar. Ficamos vulneráveis mostrando, logo de cara, quais as nossas fraquezas, aquilo que mudaríamos se pudéssemos, o que não gostamos em nós mesmos.
Tentamos deixar de sermos pessoas para ser o que todo mundo desejem, para que desejem ser como nós, para que sejamos desejados.
Momentos de felicidade postados. Com as palavras certas, chegamos lá; o dia de cão que tivemos e todo o esforço que fizemos para que respirar fosse suportável, no final, mais parece um conto de fadas qualquer.
Fico bonito, fica agradável.
O mundo que figimos que existe e, mais, que é nosso.
Vendido.
A custo de quê?

Prefiro ser o que sou a ser o que quero parecer.
Uma das coisas que mais gosto em mim é a sinceridade, honestidade, olhar nos olhos e dizer o que está acontecendo.
Independente do quanto isso me custe.
Independente do quando isso tenha me custado.
Não vou mudar porque, como eu falei, isso é uma das coisas que mais gosto em mim. E eu venho em primeiro lugar.
Dá para conviver com as consequências se eu me aceitar como sou e admitir que todos os meus atos foram pensandos com o coração.
Não há do que me arrepender.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

os outros

Os outros são pessoas estranhas. Estranhas não, diferentes.
Que bom, afinal o mundo seria tedioso se todos fossem, pensassem, agissem iguais a nós!
Ou seja, não é justo conosco esperar dos outros atitudes que nós teríamos; sim, porque eles são diferentes de nós e isso não deve nos machucar.

Sim, também acho que devemos ajudar os outros, mas acho que há várias formas de fazer isso.
Caso queira saber minha opinião - porque toda vez que você diz "vamos conversar", você fala, me critica quando eu falo, faz cara de bosta e sai andando sem me ouvir -, dar as coisas mastigadas pros outros é a pior maneira de tentar ajudar alguém.
Temos sim que ajudar as pessoas a se acharem e serem felizes, mas de maneira alguma isso é uma obrigação. E é importante que você saiba que sim, há uma hora em que as coisas não estão ao nosso alcance pelo simples fato de que não devem estar, que cada um tem sua cruz (muitas vezes não carregamos nem a nossa, como vamos querer carregar a dos outros?). E é nessa hora que devemos nos retirar e só voltarmos quando formos convidados - ponderando; ninguém aqui é trouxa.
O medo faz bem. Não é preciso proteger as pessoas o tempo todo, elas têm que dar os próprios passos e levar os próprios tombos para conhecer os próprios limites.
Em todo caso, sim, sempre queremos ajudar aquele que amamos. Mas ao invés de chegar e fazer, podemos sentar e conversar. Sabendo pra que caminho a pessoa deve ir, fica mais fácil, confesso.
Covnersando, dialogando - também conhecido como "eu falo, você escuta, você fala, eu escuto"! - e fazendo a pessoa ver aquilo que consideramos melhor pra ela, porque sabemos de algo que ela não sabe. Nós a queremos bem. Mas não a queremos incapaz de fazer as coisas sozinhas, ainda mais quando sabemos que elas têm capacidade.
Ninguém quer uma mãe. Quer sim, bons conselhos e um ombro amigo, quando não restar mais nada a fazer. Quer ser grande e se conhecer, saber até onde vai sua força. E não ser subestimada, ainda que nem ela e nem você percebam isso, recebendo tudo de mão beijada e agindo por impulso.
Sentar, conversar, ponderar.
Mostrar o caminho, quando nós já o conhecemos.
Mas deixar que a pessoa o descubra sozinha e apenas estar perto para ajudar. Ou lembrá-la, caso ela esqueça.

Ajudar as pessoas à crescerem em sua sabedoria.
E não lhes dar grãos de mediocridade e enfiar-lhes opiniões mastigadas goela abaixo só porque isso lhe soa bem.
Entenda, há verdades que não precisam ser ditas e milhares de jeitos de se dizer uma verdade necessária.
Mas há alguns em que o resultado é bem mais positivo que em outros, independente do som que isso tenha.

domingo, 3 de agosto de 2008

fôlego novo de novo

E acabou-se a mamata!
Será?

Amanhã o dia começa cedo. E o pior, começa sério. Eu não nasci pra ser uma pessoa séria, mas vamos tentar. Se tudo der certo, vou ter quatro anos de férias, festas, muita mamata e algumas provas de vez enquando, só pra não perder o rumo. [ Que rumo? ]
Melhores férias da minha vida; por enquanto.
Melhores festas.
Melhores companhias.
Risadas até a barriga doer.
Dormir até as costas doerem.
Comer até o estômago doer.
Dançar até as pernas doerem.
Conhecer pessoas até acabar o espaço da memória - ou da agenda telefônica.
Beber até o mundo rodar.
Aproveitar até onde der. E as férias acabaram, mas a pilha não.
Então vamos fazer o seguinte: eu faço um estoque pras próximas férias. E olha que depois de passado o vestibular, a zoação não vai pesar nada nada na consciência.

Acordar cedo amanhã. Melhor eu me acostumar com essa vida; me inscrevi pra fazer facul de manhã!

[ E que essa seja a última vez que começo o cursinho! ]

sábado, 2 de agosto de 2008

ahá!

Hoje bem de madrugada eu finalmente tive um pensamento útil! Aliás, não é útil... Mas o fato de não ser tão inútil como todos os outros que eu tenho tido (risinhos maliciosos) já faz dele 'útil'.
Sabe, só há dúvida porque há falta de dinheiro.
Já pensou nisso? Se você tivesse muito dinheiro, nunca ficaria na dúvida! Leve tudo, compre tudo, ou então, vá ser infeliz em um shopping em Paris! Ou não, pode ser em shopping na Espanha. [ França? Espanha? Mônaco? Isso sim é que é dúvida! ]
Merda. Acho que tristeza e dúvida são coisas de pobre...
Mas tudo bem porque se eu tivesse toda a grana que várias vezes desejei ter, com certeza não teria tantas enrascadas, problemas e soluções mirabolantes para problemas toscos pra contar pros meus netos! Netos... Ainda nem sei se vou ter filhos!
E eu minha mania de ficar querendo me planejar! Acho que eu nasci pra ser uma pessoa 'casual' ('casual' e não 'queijual'; entende?). Impulsiva. Ou coisa do gênero... Mas voltando ao assunto, não digo que isso é ruim! Pode ser bom se você pensar que pensar no que você pode ter te fará lutar pelo que você quer. Ou pode ser terrivelmente desanimador se quando você pensa no que você queria ter, você pensa no quao difícil é chegar lá e desistirá logo de cara...
Mas tudo bem, pessimismo à parte, acho que vou conseguir juntar tudo numa coisa só.
As coisas que eu faço pros outros - mas que, claro, são muito importantes pra mim - e as coisas que eu faço pra mim porque eu realmente amo.
Bom, veremos o que me aguarda.
Espero ter boas notícias em breve.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

under your feet

Sensível. E quando isso acontece, escrevo coisas muito minhas.

Me perguntaram e eu não respondi.
"Rola um valor?"
Há algum tempo, meus conceitos, principalmente de "valor", foram abalados por um terremoto. Olhei em volta e vi que pra mim, não havia nada ali. Não sobraram muitos valores. E muito menos a coragem de admitir que alguma coisa tinha valor depois de tudo.
Deixei de acreditar em um mundo de coisas.
Falar que é preciso saber a hora de ir embora é uma coisa, mas fazer é outra. Demorou um pouco, mas eu consegui. Me mudei; nem sequer fiz as malas, não havia nada dali que eu quisesse levar. Fui. E pronto.
Descobri que há um outro tipo de solidão, uma bem arrumada e de maquiagem convicente. A gente olha pra ela e tem vontade de rir sem saber porque. Acho que porque não nos sobrou mais nada.
O fato é que é preciso haver a dor para que haja todo o resto. Se não tivessemos idéia do que é ruim, como poderíamos reconhecer o que é bom?
Valor.
Eu valorizo coisas diferentes. Ou as mesmas coisas de uma maneira diferente, muito mais intensa.
Eu, em primeiro lugar. Mas primeiro mesmo. Chega de tentar encaixar as pessoas nas minhas músicas, de tentar fazer alguém caber num lugar onde só cabe um, de tentar fazer diferente só pra ficar bonito e ir dormir fingindo que tá tudo certo. A pessoa certa, se é que ela existe mesmo, entra na nossa vida e flui. Não somos nós que tentamos encaixá-la. Ele simplesmente cabe, ela pertence a nós. E nós dormimos com o sorriso dela; isso basta.
Em segundo lugar, os amigos; mas só aqueles que valem a pena. Que de uma forma ou de outra, nós sempre sabemos quem são e sempre estão aí para nos dar um abraço, até quando menos merecemos.
Em terceiro, minhas músicas e meus filmes. Porque eu posso me apaixonar por eles sempre e toda vez, que nunca vou estar enganada. Eles nunca me decepcionarão. Eles nunca mudarão. Eles entraram na minha vida de um jeito e toda vez que eu procurar por eles, eles estarão lá, do mesmo jeito, caso eu precise ouvir de novo e mais uma vez o que eles têm a me dizer. E a melhor parte, é que eles vão aumenter ou diminuir de forma ou tamanho quando eu precisar ver algo que não sou capaz de ver sozinha. Estabilidade. Ou os chacoalhões que eu precisar.
Em quarto, as coisas pequenas. Daquelas minúsculas, que a gente pára de respirar senão vai estragar. Aquelas que são tão reais que as vezes fechamos os olhos para não vê-las.

Se ele tem valor?
Sim, ele é tudo o que eu quero agora.
Ele é "apaixonável". Não digo que o amaria, eu nem sequer o conheço. Só "apaixonável".
Namoraria com ele agora, um relacionamento aberto, por enquanto. Por um bom tempo. Até ser o bastante. Se for, um dia.

Cuidado para não pintar um mundo aos seus pés.
Nem sempre é assim que funciona.

O problema é que as coisas nunca fucionam. Ou param de funcionar quando achamos que estão funcionando e que fazem sentido. E que nós as merecemos.
Porque eu não fui fria o bastante pra ver que tinha alguma coisa fora do lugar. Ou até tenha visto algo errado, mas não fui capaz de perceber sua relevância. Julguei insignificante.
Um mundo aos meus pés me basta; é tudo o que eu preciso.
Não quero achar nada real, nada eterno. Não quero achar que vai dar certo, que minta pra mim para ser sincero. E se nada existir de fato, não corro esse perigo.
Tudo bem, eu sei que isso passa. Um dia vou parar de olhar pras coisas que eu pinto no chão.
Mas por enquanto, tudo o que eu preciso está em baixo dos meus pés. Não quero mais nada.

Sabe, hoje eu vi um diálogo interessante.
Ele olhou pra ela, querendo dizer algo. Ela olhou pra ele, querendo dizer que ele não tinha nada pra dizer pra ela e que ela não queria ouvir mais nada.
Mas ele tentava porque ele precisava. Eles tinham combinado de ficar juntos pra sempre e ele tinha estragado tudo. Ele precisava continuar tentando pra que não doesse tanto quando pensasse nos dois e em como era cruel o fato de eles não existirem mais.
Mas ela o impediu de dizer algo. Fazia um tempo que tinha dito pra ele que não tinha nada a dizer, mas era mentira. O problema era que tudo o que ela tinha a dizer ninguém podia escutar. Ela o interrompeu.
Devagar e todo dia mais um pouco, você vai deixando de existir. Como você queria.
Você acabou com tudo, tudo o que fomos e tudo o que poderíamos ser. Não, não trouxe comigo os bons momentos, a melhor parte de nós. Não trouxe porque não quero olhar pra uma foto bonita e pensar que aquilo acabou e ninguém ser capaz de dizer porque. Nem você mesmo, que destruiu tudo com as próprias mãos.
Não lhe dou o direito de dizer mais nada porque não quero que sua dor diminua quando você pensar que tentou até o final. O final já chegou faz tempo e você vai ter que carregar a culpa por isso. E vai carregar sozinho. E vai sofrer sozinho.
Cada um tem o que quer merecer.
Não há mais nada pra você aqui.

O show acabou sem aplausos.
As cortinas caíram e estragaram todo o cenário.
Tudo bem.
Vi um mundo muito interessante aos meus pés.
Vou me apaixonar por ele o tempo que eu precisar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

N***** !

Filme do ano?
Peixe Grande.

sábado, 26 de julho de 2008

read me, let me


"Mãe,
por favor, deixe-
me dormir até
eu acordar.
Também te amo!
Bom dia."

Dormir muito agora porque eu não dormirei mais esse final de semana.
E olha que este me parece promissor!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

preciso aparecer mais vezes por aqui.

Postagem de número 201.
E de ontem pra hoje, muita coisa mudou.
Menos o sorriso, que continua grande, aberto e constante.
Nem eu sei porque tô rindo assim.
Será desespero [ rir de tudo ]?
Mudança de planos. Ou melhor, mudança pra ver se os planos saem do papel.
Fila gigante no juventude; e acabou que não me inscrevi pra teatro. Mas quem sabe eu não apareça por lá de penetra e acabe ficando? Sempre há essa possibilidade.
Sábado, mega festa; Bruna mega bêbada e pessoas mega legais.
Quarta, psicóloga.
E segunda recomeçam as aulas. Ou melhor, começam. De novo. Pelo quarto semestre seguido. Mudança.
Mudando.
Crescendo.
E essa postagem aqui tá com cara de postagem de fotolog. Sendo assim...

Que assim seja!
Foto meio besta. Pois é, mas você já viu a postagem?! A foto tem que estar em sintonia...
Última foto do nariz que nasceu comigo, antes de eu ir pra cirurgia. Nem dá pra ver direito, minha mãe queria que eu deixasse ela tirar de perfil, mas eu não deixei. Duh, eu não gostava do meu nariz! E essa foto porque no começo do mês fez dois anos que deixei meu nariz velho ser quebrado com uma marreta - e ainda paguei por isso! Ah, valeu cada roxo, verde, amarelo, vermelho, preto que ficou na minha cara um bom tempo!

[ Hoje ouvi coisas legais de se ouvir. Independente de serem verdade ou não. Tem coisas que são legais de ouvir e só; e isso basta. Não preciso acreditar e nem levar a sério. Nada depende de mim.
Ouço e sorrio.
Assim é mais fácil.
E continuo a ouvir coisas legais. ]

quinta-feira, 24 de julho de 2008

esposa de zeus?

Fazia tempo que não me apaixonava desse jeito.
Foi algo do tipo incontestável e avassalador.
Foi à primeira vista.
Paixão daquelas que ficam; não importa quanto tempo passe ou o que aconteça.

Pois é, e também fazia tempo que não tinha uma vontade súbita de escrever.
Não importa o que.
Aliás, eu não tenho nada pra escrever. Eu acho. Mas é claro que se eu ficar aqui enrolando umas três horas, uma hora aparece algo legal.
Será que eu deveria ficar aqui enrolando umas três horas?
Ah.

Ser adolescente é complicado.
Isso não significa que eu ache que ser adulto seja mais fácil.
Afinal, em que categoria eu entro? Depende do momento e da melhor forma de usufruí-lo; posso até ser criança!

Ser humando é complicado.
Mas ao mesmo tempo, é tão divertido!
Exceto, claro, quando você precisa - não necessariamente quer; no momento, me encaixo na definição de adolescente que fica mais perdida que cego em tiroteio, cada vez que pensa na vida - passar no vestibular mas você tem milhares de outras coisas interessantes (ou não!) pra pensar que ficam tirando sua concentração o tempo todo e você lê, lê, lê e, depois de uma hora, percebe que ainda está na primeira linha.
Mas tudo bem. Sempre termino os estudos assim, com um sorriso - malicioso? - no rosto e quase nada de aproveitamento.

Planos.
Tenho que aprender a tirar mais proveito deles.
Tenho que estudar mais.
Tenho que estudar mais.
Tenho que estudar mais!
Tenho que dormir cedo pra dormir a mesma coisa (tipo, muito), estudar mais e estudar direito!
Tenho que fazer muitas coisas.
Começar a fazer os planos saírem do papel é uma delas.
E acho que isso começa com uma boa noite de sono?
Aliás, o que não começa com uma boa noite de sono?
Ainda mais pra pessoas que nem, que nasceram pra hibernar ou serem zumbis.

Bom, conclusão daquele pensamento inicial, mesmo que eu não tenho dito que era um pensamento ou explicado que cada parágrafo fala de uma coisa diferente e que esse, não é porque retoma o primeiro, que foge à regra. Anyway, conclusão daquele pensamento?
Ser confusa é divertido.
O que não tem que ser, não será.
E que há, quem sabe, a possibilidade de eu não ter perdido minha fé naquelas coisas que são bonitas mas ninguém nunca viu. É, tipo amor.
De qualquer maneira, no momento, prefiro vê-lo de longe, vê-lo de fora, ver nos outros, à perder meu precioso tempo e juventude procurando.
Farei isso quando não sobrar nada mais interessante pra fazer. Ou quando for a hora, que talvez não seja aquela mais tediosa possível. Aliás, eu acho que há a possibilidade de ser algo que não depende de mim.
Se é que amor existe.
Porque eu realmente acho que amor é uma coisa bonita que ninguém nunca viu.
[ Ou uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas! ]

Tenho aprendido muitas coisas. Menos, é claro, aquelas que eu precisaria pra passar no vestibular...
Falando em vestibular... Será que eu quero mesmo passar nessa merda? Ou essa é uma idéia cultivada sem nenhum questionamento desde... sempre? Algo que eu aprendi a imaginar como fazendo parte do meu mundo? Ou pior, será que esse questionamento todo é fruto da possibilidade de eu não passar e tentar, desde já, justificar o meu fracasso e tornar minha talvez decepção menor?
Mas ainda dá tempo.
Depois de um bom filme, eu sempre aprendo alguma coisa.
Tipo, fazer as coisas funcionarem.
Que coisas?
Eis a questão.

Basta por hoje?
Até que, pela hora, a coisa rendeu.
Tipo aqueles pães de queijo gigantes que na hora que você morde, tem só ar dentro.
Um monte de abobrinha, nada que dê pra tirar proveito.
Acho que tô num momento criança agora.
E hora de criança estar na cama. Aliás, faz tempo!
Então, boa noite.

A propósito, tô com sono - isso significa "preguiça bagarai!" - e não vou reler esse post grande e estúpido pra ver os erros de português ou se as coisas têm algum nexo. Se deu pra entender, ótimo. Agora, se você não entendeu lhufas... Ai sim, você me entendeu!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

novela mexicana

Porque a cada episódio, eu dou mais risada.
Recuperada, reestrutura.
De volta com a vida que eu nunca devia ter largado, para os sonhos que eu nunca devia ter tentado mudar.
Mas tudo bem, é errando que se aprende.
Tarde light, sem preocupações.
E o final de semana taí, pra eu conhecer mais gente legal.
Porque eu... Bom, eu tô perigosa.
Falando em mexicana, mexicano...


[ Feliz!
Simples assim.]

quarta-feira, 9 de julho de 2008

engatinhando

9 de julho.
Faz tempo, mas ainda lembro.
Acordei e não olhei pro céu. Não tive tempo. Ouvia um ruído irritante, e vozes e coisas que não faziam parte de mim, que chamavam a minha atenção e me chamavam pro andar de baixo.
O dia começou um caos.
O caos começou naquele dia; e nunca acabou de fato. Confesso, não precisaria de tanto barulho, de toda aquela tempestade. Mas ele achou que precisava e fez o pôde pra tentar incomodar.
Eu me lembro.
Das conversas, das discussões, das ameaças. Das milhares de lágrimas que rolaram. Da dor da decepção e de saber que não, não era tão ruim assim, mas que saber disso não faria doer menos. Nada acontece por acaso.
Aquilo era só uma fase, nós iríamos sobreviver, juntas, e seríamos melhores - como aconteceu; como acontece.
Me lembro de tudo o que me fez crescer. E de tudo o que te fez ser menor em mim.
Lembrei que eu achava que o super-homem não precisava saber voar pra eu ter certeza que ele existia. Descobri que ele não existe e que perdi tempo achando que ele era você.
Mas tudo bem, todos somos humanos.
Eu me tornei melhor. Aprendi a ser forte - ou a passar essa imagem. Aprendi que podia segurar mais do que eu imaginava, pelo tempo que fosse preciso. E consegui.
Eu sobrevivi. E sem você, minha vida se tornou melhor.
De alguma maneira, associo a sua imagem à dias escuros, dias chuvosos, àquelas paredes cheias de rabiscos da casa que nunca tinha sido pintada. Ao meu medo, ao meu choro.
Apenas alguns punhados de sorrisos me vêm à cabeça. Em 13 anos, me lembro mesmo de um ou dois momentos bons. Até os 13 anos.
Mas depois você fez a melhor coisa que poderia ter feito por nós: foi embora.
Foi morar com outra, gastar com outras despesas, esqueceu de ligar para dar parabéns nos aniversários, no natal, para dar boa noite. Também se esqueceu de ficar dando broncas sem motivo, enchendo o saco sem motivo, me impedindo de ir viver, de me deixar ver as coisas com os meus próprios olhos. Eu tive muita sorte: eu tive mais tempo de curtir a minha vida do que qualquer outra.
Não me interessa o que eu perdi, ou melhor, o que eu nem sequer tive. Acho que não senti falta mesmo.
Faz tempo.
Você me decepcionou e tudo o que esperei foi seu silêncio. Era só o que eu precisava, o que eu merecia e sabia que você podia me dar. Mas nem isso. No lugar, você me trouxe esperança.
E como uma criança que vai a um lugar novo achando que é o melhor do mundo pelo simples fato de não conhecê-lo e poder especular isso, eu fui. Eu peguei a esperança que você me deu, coloquei no bolso e levei comigo.
Mas chegando lá, percebi que a tinha perdido no caminho.
Que nada mudou. Ou quase nada.
Não sei.
Olhei pra dentro de mim e vi que não faz tanto tempo assim. Que a ferida ainda dói.

Não quero que você finja me dar aquilo que você nunca teve.
Não finja, eu não peço nada. Não sou egoísta, fui criada pela minha mãe.
E só por isso, por ela ter me ensinado assim, que vou estar aqui quando você precisar.
Apenas não quero que minta pra mim, de novo.
Porque, sinto-lhe informar, cabelo branco não é sinal de sabedoria.
E não, o mundo inteiro não está contra você.
Eu, menos ainda.



Quando eu penso que sei, que aprendi, que posso lidar com as coisas, eu quebro a cara. As pessoas me colocam em cheque, as situações me deixam embaraçada, me sufocam. Me desespero e vejo que isso acontece justamente porque eu sou muito pequena, ainda. Porque há muito o que aprender e eu não sei de nada.
De novo: dor não é algo ruim, lição de moral não é uma coisa ruim e críticas são bem vindas.
Vou aprender a lidar com isso e com o fato de que ninguém nunca vai te conhecer como você gostaria e que você também nunca vai conhecer ninguém como imaginava. Que não se pode esperar muita coisa dos outros, apenas aceitar o que eles podem lhe dar. E consultar um psicológo pra entender todo o resto.

domingo, 6 de julho de 2008

'benevolência da ignorância'

Porque, há, eu descobri qual é o antônimo de amor.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

velhas palavras

Velhas; porque já não exprimem mais o que tenho a dizer.
Álias, não tenho mais nada a dizer. Meu silêncio é tudo o que restou pra você..

Eu não namorei com você. Eu me casei com você.
Secretamente, em silêncio, só pra mim.
Eu, mulher, sua, só pra você.

Não me casei pra me separar depois, é claro.
Também é claro que esse tombo, além de inesperado, doeu mais que qualquer outro: com você, eu fazia todo o sentido, eu me sentia completa, eu te amava e tinha certeza que isso era recíproco, que era o bastante, o suficiente; para nós dois.
Que te encanta nas outras que de repente eu me sinto sobrando? Ou faltando em algum lugar?
Esquecimento rápido, rápida recuperação. Auto-proteção.
Sinto-me leve, mas perdida.
Isso está certo?
Sim, você é diferente, com você era diferente. Você merece créditos por isso.
Estranho, porque te esqueço mas não me engano. Você ficou marcado em algum lugar dentro de mim que, hoje, não sei onde fica.
Você é esse vazio inquieto que ficou, mas vai embora - pena? talvez sim, talvez não. O marido que nunca tive.
Quero conversar, quero abraçar, ver, estar presente. Só não me machucar, sentir-me enganada.
E tenho medo. Nunca tinha tido antes porque só havia certezas. E alegrias. Até onde se vai sem confiar que o que estamos nos tornando é eterno?
Não tenho raiva do meu (ex) marido. Do homem que me fez ver o novo e acreditar no impossível.
Ainda que no final, tenha me mostrado que o que é impossível, é impossível.
Me casei com você. Isso vale alguma coisa?
Uma boa conversa, talvez um novo recomeço. Será impossível mesmo?
Será possível sair daqui, de onde estamos, para aquele lugar que conhecemos tão bem, nossa casa?
Mesmo sem as certezas, mesmo sem confiança?
Será que alegria nos basta?
Porque amor não foi o bastante.


Hoje vejo que não tinha visto nada. Que fui ingênua.
Que esperei dos outros atitudes que eu teria.
Fiz errado.
Devia ter mandado tudo à merda, como fiz, mas não só por fora.
Que a leveza que sinto hoje, e o fato de sentir-me assim porque me encontrei de novo, era um sentimento que deveria ter vindo antes. Que eu merecia que tivesse vindo antes.
Quanto custa, quanto vale?
Quanto é que se joga fora, de quanto se abdica para termos o que temos hoje?
Meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria.
Hoje percebo que estou melhor sozinha; "antes só do que mal acompanhado".
Tava vendo umas fotos aqui... É, acho que eu me pegava.
E estou solteira.
Prefiro; à estar com você.

Daqui pra frente, sou eu quem digo como vai ser.
E eu não vou dizer mais nada.

[ Eu vou deitar e rolar; Elis Regina ]

quarta-feira, 25 de junho de 2008

ordem e ação

Hoje eu finalmente, finalmente (pronuncie bem devagar) consegui colocar meu quarto quase todo em ordem.
Isso é um bom sinal, significa que eu estou conseguindo colocar minha vida em ordem e isso é ótimo.
Adoro quando as coisas estão nos eixos, em ordem, em seus respectivos lugares, naquela harmonia que as vezes eu gosto de desmanchar, só por diversão, só por um segundo.
Mas por um segundo só e ponto.



Viver é ter histórias pra contar.
É somar, multiplicar e se espalhar ou invés de se isolar.
É saber dar valor. Ou não, e aprender com isso.


Ter histórias pra contar.
E ser feliz assim.
Eu sou feliz assim e eu amo isso; ser feliz.
Porque as coisas são mais simples do que podem parecem.

sábado, 21 de junho de 2008

don't worry, be happy!

A merda do mundo é ter que viver em sociedade sem nunca se esquecer de como viver sozinho.
É amar sabendo sempre que você é sua melhor companhia.
O problema é que isso é tão estranho.
Muito estranho.
As pessoas são estranhas.
E eu acho que não acredito mais no amor.
Mas isso é assunto pra um outro post, quando eu tiver mais paciência e menos decepcionada.

terça-feira, 17 de junho de 2008

do tamanho das coisas

Se coisas pequenas te tiram do seu caminho, sinto-lhe informar: é porque elas não são pequenas.
E as suas atitudes perante elas dizem tudo sobre você.

[Porque o esquema é selecionar!]

segunda-feira, 16 de junho de 2008

strawberry fields forever

Quanto tempo da nossa vida disperdiçamos procurando uma felicidade que provavelmente está muito mais próxima do que imaginamos? Quanto tempo gastamos correndo atrás de algo que seja perfeito sem saber que perfeição é uma coisa cotidiana? Quanto tempo jogamos fora cavando buracos sem saber para quê o fazemos ou como sair de lá depois? Porque, diabos, temos a péssima mania de achar que ser especial e ter tudo a ver não é o bastante? Procuramos algo mais que não seja amizade e lealdade sem saber que estar junto é o mais importante.
Têm dias que parecem noite.
As vezes, temos que fazer o que não queremos para sermos felizes. Mas pra isso, temos que saber que felicidade é uma coisa mais simples do que parece. Felicidade é um segundo. É a partir daí que se constrói a eternidade. É assim que não se acaba no final, e mais, que se fica para ver o final.
Pensamos que tudo é passageiro e que isso nos dá o direito de sermos passageiros também.
Somos jovens, mas não somos burros; ainda que queiramos ser.
Fazemos tudo achando que vão nos perdoar porque temos a nossa idade, achando que temos o tempo que quisermos, que nosso corpo será assim pra sempre ou que mundo vai acabar amanhã e por isso eu tenho que me acabar hoje.
É estranho as coisas que fazemos sem saber o porquê, sem que haja um porquê, simplesmente por fazer, porque somos jovens e achamos que podemos.
A juventude não passa de uma ilusão. Ela passa rápido.
É claro que não podemos não passar por ela. Mas precisamos saber dar valor às coisas e pessoas, independente da idade, do tempo, das incertezas.
Porque, exceto o amor que temos pelas coisas e pessoas, tudo acaba.
Sempre.
Temos que saber quem são aquelas pessoas importantes que devemos levar quando vamos embora, para que a vida não acabe quando acaba todo o resto. Ninguém vive sozinho; talvez apenas passe pela vida, mas viver é outra coisa.
Precisamos saber ficar.
E precisamos saber disso antes de percebermos que fomos embora e ninguém notou.

Cuidado com o que deseja;
Pode se tornar realidade.
Cuidado com o que faz;
Pode ter rumos inesperados.
Cuidado com o que fala;
As pessoas podem acreditar.

[Estou cansada.]

quarta-feira, 11 de junho de 2008

de olhos bem abertos

Sei que ando meio aérea.
Mas não sonhando. Tenho planejado.
Tá, procuro imaginar um pouco sim.
Só pra empolgação durar até eu chegar lá.
Porque as vezes eu acho que sonhos e metas andam de mãos dadas.
E esse é só o começo.

terça-feira, 10 de junho de 2008

a little bit busy

Um pouco ausente, confesso.
Sabe como é, se eu não estudar hoje, vou ter que estudar um ano inteiro!
É isso.

Ontem a lua tava bonita, à noite tava aquele ventinho de chuva e hoje, bom, hoje você me abre seus braços e a gente faz um país.

Aqui, agora.
Nada mais importa.



[Me dedicando àquilo que amo.
Me dedicando àquilo que quero pra mim.]