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Cena 1: nós.
Ela: Me dá o dinheiro que enquanto você vai fazendo uma coisa, eu vou fazendo outra.
Eu: (Tirei o dinheiro da bolsa e dei pra ela.)
Ela: Agora é só fazer baliza. E mesmo que você derrube todos os pauzinhos, você não vai ser reprovada.
Eu: (Em 1 minuto, fiz uma baliza linda que ficou a uns 15 centímetros do meio fio.)
Ela: Eu só acho que você vai rápido demais, solta muito a embreagem. Mas enfim, agora é só esperar as meninas te ligarem para você buscar a carta. Acho que vai demorar entre 20 e 40 dias pra chegar.
Bruna: breve, motorisada . Tenha muito, mas muito cuidado, ao andar pelas ruas.
Cena 2: ele.
3 anos de idade, vestido com a roupa do homem-aranha e a máscara do batman, carregando uma sacola nas costas; andava enquanto afirmava, sorrindo, "eu sou o Papai Noel!"
Para começar o dia dando risada.
Cena 3: ele, ela e nós.
Ele: Eu tenho mesmo que ir.
Ela: Então vá.
Ele: E eu fui. Achei que talvez fosse maluca. Mas você era interessante.
Ela: Queria que tivesse ficado.
Ele: Eu também queria ter ficado. Agora eu queria ter ficado, queria ter feito um monte de coisas. Eu queria ter ficado. Com você.
Ela: Eu desci e você tinha ido.
Ele: Eu saí. Saí pela porta.
Ela: Porque?
Ele: Não sei. Me senti um menino apavorado. Era mais forte que eu.
Ela: Estava com medo?
Ele: Estava. Pensei que soubesse que eu era assim. Corri de volta pra fogueira, tentando superar minha humilhação, eu acho.
Nós assistindo e pensando "poxa!"
Eu: Vou colocar esse diálogo no meu blog hoje.
Ele: (risos)
Cena 4: ele e eles.
Ele 1: Vi você falando com uma garota bonita.
Ele: Ela era legal.
Ele 2: É, quem era?
Ele: Era só uma garota.
E ia embora deixando para trás todas as lembranças, vendo, pela janela do carro, tudo encaixotado e jogado no chão. Não se mexeu e nem sequer tentou fazê-lo; haviam concordado que daquele jeito seria melhor: a deixaria lá, com as lembranças e as caixas no chão.
Cena 5: eles.
A: É muito foda. Muuuito foda.
O: Agora eu entendo porque você gosta tanto.
A: Porque é muuuuuuuuuuito foda. Foda demais! Fodão! Fodíssimo! Fodástico! Não tem como não gostar! É simplesmente impossível!
O: Tá bom, eu deixo você dizer mais uma vez.
A: Muuuuuuuuuuuuuuuuuuito foda!
Cena 6: cena que se ouve.
"Por Onde Andei", Nando Reis.
"Uma Parte Que Não Tinha", Teatro Mágico.
"Meu Amor, Meu Bem, Me Ame", Zeca Baleiro.
"Yellow", Coldplay.
"Separô", Teatro Mágico.
"Mar De Gente", O Rappa.
"Cotidiano/Você Não Entende Nada", Chico Buarque e Caetano Veloso.
"Malemolência", Céu.
"Assim", Rumbora.
Cena 7: eu e você.
Eu: Você é alto.
Você: Isso não é problema, eu abaixo.
Eu: Quero ter seis filhos.
Você: Desde que uma filha se chame Paola.
Eu: E já tá pegando meus filhos pra você também?
Você: Ah, se eu não for pai, posso ser padrinho?
Eu: Claro. Eu vou ter seis filhos, deixo você ser padrinho de um deles.
Cena 8: ele, sobre "nós".
Ele: Quanto tempo ela falou que demora pra chegar sua carta?
Eu: Entre 20 e 40 dias.
Ele: Bom, então eu ainda tenho um mês para andar pela cidade sem medo.
Só porque eu não sei pilotar nem carrinho de supermercado!?
Cena 9: coffeebreak (porque a conversa não rende quando se está morto de fome).
- Eu? Eu sou indescritível e imprevisível (ou seria "inesquecível"? "Imprescindível"? "Imprestável"?).
- Wow (e olhar que engolia)!
Cena 10: diz/disfarça.
Eu: Hey, você se apaixonaria por mim?
Você: Como assim?
Eu: Eu custumo me apaixonar pelas pessoas com as quais eu me sinto bem, e eu me sinto muito bem com você. Me apaixonaria por você muito fácil.
Você: Eu me apego às pessoas que me fazem sentir bem.
Eu: Obrigado pelo dia perfeito e pela companhia maravilhosa.
Você: Obrigada você.
Você: Pára com isso! Isso vicia! Assim você me deixa sem ar.
Eu: (Não. Assim eu faço o fato de você respirar valer a pena.) Posso te contar um segredo?
Você: Pode, claro.
Eu: Você é foda.
Você: Hein?
Eu: Não, isso é uma coisa boa.
Você: Ah...
Eu: Posso te contar outro segredo?
Você: Pode.
Eu: Você é muuuuuuuito alto.
E, por conta do atraso - para variar e não perder o custume -, saí correndo. Apaixonada? Talvez. Feliz? Com certeza.
Cena 11: não sei quem, não sei onde.
"How happy is the blameless vestal's lot. The world forgetting, by the world forgot: eternal sunshine of the spotless mind. Each prayer accepted and each wish resign'd."- I wanna be a great, big, huge elephant, with a huge trunk like that!
Cena 12: elas.
Ela 1: É hora de recomeçar. E ficaríamos muito orgulhosos de assistir à esse recomeço e poder participar dele também. Sinta-se à vontade para nos chamar sempre que precisar.
Ela 2: Vocês são pessoas muito boas. Com certeza nascerá uma grande amizade dessa experiência. Digo, já nasceu.
Aí eu desliguei a televisão. Fico muito feliz pela felicidade geral no final, mas eu tenho que postar no meu blog.
Cena 13: eu, agora.
No computador, três horas da manhã, escrevendo um post para o dia anterior - dia 9, apesar de o post ir para o dia 10 por conta da hora. Não consegui entrar na internet antes e fiquei chateada de não poder lhe agradecer. Mais uma vez.
Nos ouvidos: sua voz.
No coração: saudade.
Nos pés: bolhas originadas pelo tênis bonito que machuca.
Na memória: seus abraços e sorrisos.
Na cabeça: esparadrapo, hematomas e cabelo bagunçado (pelo vento, obviamente).
Nas mãos: dedos agitados que sabem que estão digitando um monte de besteiras e ainda assim não se acalmam; porque minha vergonha pelas coisas que escrevo não é maior que a minha felicidade inquietante.
Nos olhos: hematomas de retoque de cirurgia que se misturam com olheiras de sono.
No pescoço: picada de pernilongo.
Nos lábios: sorriso de lado a lado, estampado com uma felicidade indescritivelmente grande e que compensa todo o resto. Sim, "tudo" virou "resto".
Pensando em você, tomando chá verde com laranja, comendo biscoito maisena e ouvindo "Amity".
Cena 14: eu, daqui 5 minutos.
Bruna babando no teclado.
Vou embora antes que essa cena aconteça realmente.
Hoje, definitivamente, o dia foi perfeito.