domingo, 29 de abril de 2007

o que é que há, velhinho?

Se é que pode ser dito, será da seguinte maneira: jogado.
Jogarei tudo aqui.
E não tentem entender.

Suspiro.
[ Voz em volume mínimo. ]
Te amo.
E parabéns.


Eu quero ler a carta!
Deixa eu ler a carta, vai...
Mas é pra mim... !
Não, eu quero agora.
Depois quando?

Abre um olho, espia.
Será que eu quero acordar?
Abre o outro olho, espia de novo.
Acho que não.
Que horas será que são?
Já é o dia seguinte.
Então, eu só queria dizer...
Que lhe amo, apesar da sua idade , agora, avançada.
Coloca os pés no chão.
Continua firme, apesar dos tremores que vêm da Terra - ou seria das caixas de som?
Toma um banho - apesar de ser domingo.
Pega a carta, apesar de não tê-la passado a limpo, de estar impressa em modo rascunho e com os erros rasurados e corrigidos porcamente com lápis grafite (porque caneta é luxo).

Mas agora, porque agora?
Só que eu gosto de ler sozinho...
Tá bom vai.

Agora: olhar.


Alegria.

Encanto e paixão.

Vontade de ficar pra sempre.

Agradecimento , admiração e respeito.
É todo esse passado que, apesar de curto, foi tão intenso que me faz incapaz de desejar qualquer coisa, qualquer um, além de você.
É a saudade e os segundos que se tornam eternidades quando você não está por perto.




É a necessidade da sua presença e sinceridade de viver o presente pensando apenas em como te amo, agora – é por isso que você verá um futuro que todos esses instantes faz ser presente.


Olhar: agora.

[ver]




Viu?


Estimas:


Lhe desejo toda a saúde do mundo – e que você possa gastá-la ao meu lado –, todo o dinheiro do mundo – e que você também possa gastá-lo ao meu lado; comigo, de preferência –, toda a sabedoria, toda a felicidade; que todos os seus sonhos se tornem realidade e que você descubra sempre um jeito novo de olhar e fazer todas aquelas coisas que a idade e o tempo faz parecerem sempre iguais.

PS: Não lhe desejo todo o amor do mundo porque isso você já tem; você merece ter.



[Foi por acaso que hoje, me olhando no espelho, eu vi todos os segundo desde de então e como em todos eles, você me fazia sorrir.
E esse foi o melhor presente que eu pude encontrar; e isso é o melhor que eu posso lhe dar. Porque é raro, é verdadeiro, e é nosso; só nosso.
O melhor presente que encontrei (/ganhei), eu encontrei por acaso.]


Cara de boi!


Eu não tenho cara de boi!
Tem sim.
Fica com cara de boi quando me olha desse jeito.


Que jeito?

Apaixonado.

É. Você me deixa assim.

Nunca deixe alguém que você ama escorrer pelos seus dedos só por pensar nas dificuldades.



Coragem.
Amor.
E todas aquelas leis que inventaram para dizer que temos algo a cumprir.
A propósito, a Lua sorriu pra você hoje a noite toda.


Quero ficar com você assim, pra sempre.



Você já tem, faça outro pedido.

Quero meu 2º metatarso inteiro de novo!




E o dia terminou bem. Como terminam todos os dias com você.

terça-feira, 24 de abril de 2007

érre-á-vê-ê.

De repente a gente fecha os olhos e tudo o que acontece ao nosso redor nós apenas somos capazes de sentir.
De repente não existe nada no mundo mais perfeito do que aquela batida em sintonia com o nosso corpo - que já não controlamos - e que fazem com que pulemos, dançemos e gritamos só para que não nos arrependamos de não levarmos dali tudo o que podemos.
Abrindo os olhos, tudo o que se vê são pessoas fazendo com que tudo valha a pena, com que "gastar todas as energias agora e ir até onde ninguém jamais chegou" não seja mais apenas uma vontade qualquer de uma juventude qualquer em uma época qualquer.
De repente o mundo não nos afeta, não existe outra vontade dentro de nós do que viver o que somos , ali, agora.
E inconscientemente todos pulam juntos, todos gritam juntos, sentem juntos que toda a perfeição que existe no universo está bem ali, entre nós.
Todos os corações batem juntos e ninguém ali quer saber de outra coisa além de fazer todos aqueles segundos se tornarem um set imenso que, depois desse momento, só vai tocar para quem estava lá, para quem viu, para quem desejou e pulou até não conseguir mais ficar de pé. Só para dar um sentido, ainda que desconhecido, para isso que chamamos de "vida"; e há a certeza de que só há vida ali dentro: lá fora, não há nada nem ninguém.

Sera que lá fora, no mundo normal e sóbrio, as pessoas sentem? São acustumadas desde sempre à ter uma jornada de trabalho ou de estudos muito maior do que o tempo com que passam com a própria família.
Lá fora, há pessoas prontas que aceitam tudo o que lhe é dito sem questionar ou refletir; não há o direito de construir nada, de mudar nada.
Mas ali dentro, só há nós.
Há uma só vibe, uma só vontade e uma seqüência inesquecível de imagens e sensações que só quem cria e entende somos nós.

Não é preciso de nada do que há lá fora; porque no meio daquele resto de Mata Atlântica, há um estrela. Um ponto de luz pequeno e inconstante, mas presente.
Há a Terra tremendo sob os nossos pés.
E que o céu desabe, se ele quiser; ali, cada resquício de idéia insana é exclusivamente... Nosso.



[Prefiro fechar os olhos e continuar ouvindo aquela música - que eu ousaria chamar de momento - que só quem estava lá teve a honra de presenciar.]

sábado, 21 de abril de 2007

impulso

De onde vem tanta saudade? E porquê a vontade de chorar?
Acho que é a ausência de uma coisa da qual ficamos dependentes.
De repente eu não quis mais roupas de marcas. Eu não queria um carro. Não tinha sede nem fome. Só saudade.

Se pensarmos bem, saudade é uma coisa muito simples; e são as coisas simples que fazem diferença. São as coisas simples que nos mostram o que é importante, o que é necessário para nós.

Percebi que não me faltava um pedaço. Faltavam vários.
Talvez eu quisesse que não estivesse faltando nada, quisesse estar completa como sempre ergui a cabeça e disse que estava. Mas eu não podia porque não era mais verdade.
Não pude deixar de lembrar daquele primeiro "rolê biônico muito firmeza".
E não pude deixar de amar todos os instantes desde então; eternos, aqui dentro.

[Todos os instantes. Inclusive aqueles em que a saudade chega a ser insuportável.]

quinta-feira, 19 de abril de 2007

polícia! estão me roubando!

Hoje me arrumei pra ir pra escola, peguei minhas coisas, liguei meu mp3 e fui pro ponto esperar o ônibus. O ônibus chegou, eu dei sinal, ele parou, entrei. Peguei o dinheiro contado que eu já havia separado e fui pagar.
Aí o cobrador falou comigo - novidade, porque ele nunca fala comigo - e eu não entendi o que ele falou. Então pedi para que repetisse com o melhor e mais claro "hãm?" que consegui fazer àquela hora da manhã.
Aí entendi o que ele estava dizendo.
Queria me dizer que estava faltando dinheiro, que a tarifa tinha aumentado.
Aí todo o meu sono foi embora e uma revolta imensa me fez gritar "de novo!".

O que eu pensei foi em quantas pessoas não foram - e são - presas por roubar dois, três reais ou um pote de margarina, e quanto as empresas de ônibus, luz e telefone roubam de nós todo dia e ainda fazem comercial no horário nobre da Globo para dizer o quanto são boas.
Pagar $2,30 centavos numa passagem de ônibus para ir para escola, que também é paga - porque o que era direito virou luxo -, é um absurdo, abuso descarado, covardia sem llimite; ainda mais que as empresas de transporte público não consideram pré-vestibulando como estudante (nós não temos direito à passe escolar).

Alguém seria capaz de me explicar porque o maldito que rouba de mim todo dia sem precisar não é preso e aquele pobre que não tem nem o que comer vai pra cadeia?

Gostaria muito que as pessoas parassem pra pensar que muitas vezes aquele maltrapilho que pede esmola é muito mais digno de respeito do que o homem de terno e gravata que passa no carro importado.



[Essa semana li "Capitães da Areia" e "O Pequeno Príncipe". Recomendo muitíssimo os dois.
Em outro post falo sobre o que achei dos livros.]

terça-feira, 17 de abril de 2007

idéia de ideal

Hoje saí do colégio e fui estudar na Biblioteca Municipal, não muito longe dali.
Cheguei, assinei o meu nome, guardei minhas coisas - porque não se pode ir estudar com a mochila e tal; furto - e fui estudar.
Fiquei fazendo o que eu tinha que fazer até cansar. Aí resolvi olhar o que me cercava.
Me deparei com uma coleção completa de livros que vinham na revista Recreio e que, por acaso, eram meus. E só então eu lembrei que tinha doado um monte de coisas para a Biblioteca no começo do ano.

Em casa tem um monte de livros e um monte de coisa que eu acho que não deveria estar lá. E sendo eu muito prática e pouco apegada, ninguém melhor do que eu (entre as pessoas daqui de casa) para tirar fora as coisas que não têm muita ultidade. E foi daí que "surgiu" a doação para a Biblioteca.

E eu fiquei pensando em quantos pessoas têm dezenas de livros em casa, mofando nas prateleiras, sem serem abertos, lidos ou mesmo utilizados como peso para papel.
Porque não doá-los?
Considerando o preço dos livros e o fato de que a maioria de nós só os compra para lê-los uma vez, não seria muito mais prático, útil e barato para todos se cada um que comprasse um livro o doá-se para outra pessoa depois de lê-lo? Com todos fazendo isso, as pessoas gastariam muito menos, leriam muito mais e os livros não ficariam jogados e acumulados em prateleiras com a única função de juntar pó.
Há também o fato de que a maioria das pessoas acabam doando os livros velhos; então para que esperar que eles envelheçam para então doá-los se você pode fazer isso quando eles ainda estão novos?
E me passou pela cabeça que as pessoas ainda não estão preparadas para passar para frente suas preciosas coleções de livros. Elas ainda não confiam que outras pessoas cuidarão de seus livros com o devido valor - que só elas conhecem, visto que foram elas que compraram - e que elas o passarão para frente, como você fez.

O fato é que se trocarmos os livros por outras coisas, quaisquer outras coisas, acho que dá para se ter uma idéia do que seja o socialismo. "O" socialismo.
Socialismo de verdade, onde todos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres; todos, inclusive os que governam; não uma farsa, como foi a URSS, onde os caras que queriam garantir que o capitalismo não dominasse o mundo comiam mussarela enquanto as pessoas nas suas zonas de influência passavam fome.
Acho que a sociedade não está pronta para abrir mão de todo o conforto e possibilidades que o capitalismo lhes oferece, "descendo" de nível, para que outras pessoas possam viver em um nível melhor.

Cheguei à coclusão de que socialismo é um ideal que só se concretizará quando pessoas se tornarem mais importantes do que qualquer outra coisa.

Enquanto isso não acontece, eu faço alguma coisa - e que devo reconhecer como não sendo absolutamente nada perto do que eu poderia fazer - e doou os meus livros pra Biblioteca, para que alguém possa tirar dali mais do que as traças de livros tirariam.

Doe seus livros também. Além de outras pessoas poderem lê-los (ainda me questiono se "lê-los" está certo), você poderá fazê-lo quando quiser.

E eu voltei a estudar.
[Mudar quem sou para depois mudar o que o mundo é; é assim que funciona]



Doe seus livros também. Além de outras pessoas poderem lê-los (ainda me questiono se "lê-los" está certo), você também poderá fazê-lo quando quiser, já que eles estarão disponívies para todos.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

outras palavras

[Minhas palavras]
Estava cá a pensar; pensar em postar.
Gatinhos miando, piando, gritando, irritando. Mãe dando bronca, gata pulando, Bruna estressando.
Desisti.
Apaguei, saí, fechei.
Voltei à conversa no msn.
Enchi o saco, apurrinhei, pedi, implorei.
Ele me mandou (de novo), o que tinha escrito há dez mil anos.
E tudo fez tanto sentido, que voltei para tentar postar, mais uma vez, mesmo com gatos miando, piando, gritando, gata pulando, mãe saindo, computador travando, cabeça explodindo, telefone tocando e a Bruna pouco ligando.
O que interessa é postar.
Aí vai.

De repente me lembrei do garoto que dizia que "amor é um só. Amor é eterno".
Cof, cof; discordo total e absolutamente. E por duas razões: a primeira é que as pessoas não sabem muito bem o que, de fato, é amor - sim, eu tenho que lhes contar: padrão Globo não é padrão, é perda de tempo.
E o segundo motivo é: o que seria "eterno"?
"Eterno", para a maioria absoluta, é sinônimo de "pro resto da vida".
O grande problema é que somos incansavelmente bombardeados por influências externas e consequentemente - ainda que em grau muito baixo - afetados por elas. Somos instáveis e imprevisíveis. Nem nós mesmos sabemos do que somos capazes.
E tanta coisa nos acontece até o fim da vida. Conhecemos tanta gente, nos apaixonamos - amamos? - tantas vezes, nos enganamos, erramos, aprendemos.
Amar só uma vez na vida? Quer dizer que estou "eternamente" presa àquele professor da quinta série? Ou aquilo não era amor?
Terei que negar que todos os "eu te amo" que disse à todos até encontrar quem encontrei foram falsos, para poder afirmar, agora, que esse "eu te amo" é pra sempre?
E se depois eu me apaixonar por outro? Terei que dizer que esse, atual, também não era amor?
Quem souber a definição de amor, por favor, me explique. Por que tudo que posso é sentir.
Quem souber o que é "eterno", por favor, não perca seu tempo me explicando; passe a eternidade amando.

[Agora sim. Outras palavras.]

Instante. Eterno. Sinônimos?
Tão singulares e incontroláveis
Instante que sempre acaba.
Eterno que nunca. E o eterno nunca.
Pouco importa.
Mas se não pensar, e sim sentir,
O que sentimos?
Eterno ou instante?
Não é necessário pensar.
É qualquer um dos dois.
Que seja. Sendo um deles, sê-lo-á;
Sê-lo-ei. E isso basta.

Faz sentido sim. Faz sentido, no mínimo, pra você - amigo fodão.
E faz sentido pra mim também.
Amadorei.



Em todo caso, na minha opinião, eternidade não é algo que está ligado ao tempo, mas algo ligado à lembrança.
É aquele instante em que você sentiu algo que jamais será capaz de descrever, mas sabe que foi intenso e verdadeiro e é exatamente por isso que você o levará com você, na eternidade que existe dentro do seu coração.

[Instante. Eterno. Aqui. Agora.
E o resto a gente inventa.]

quarta-feira, 11 de abril de 2007

"outro dia"; hoje.

Não sei dizer muito bem o motivo, mas de repente eu comecei a ficar injuriada com essas coisas de religião. E também não sei dizer, com certeza, se dá pra colocar as idéias em ordem, mas se der, a ordem é essa que vai aí.

Eu, que já andava descontente/pensativa sobre esse assunto, fiquei muito irritada com aqueles bispos que foram presos nos Estados Unidos.
Como é que as pessoas que fundam uma igreja, que pregam "a palavra de Deus" e o amor ao próximo, roubam, sendo que elas deveriam ser as primeiras a dar o exemplo?
E como é que os adeptos da sua igreja acham que isso é "coisa do demônio"?
E comecei a ficar brava porque percebi que muito do que se acredita foi inventado pela incapacidade do homem de lidar com as coisas que o cercam e ele não entende. Fiquei brava com aquelas pessoas que acham que as pessoas não erram nunca, que se algo dá errado é porque ou foi o demônio ou foi a vontade de Deus. São esses os argumentos e as pessoas se satisfazem com eles - ou não.

Me incomoda saber que falar de Deus - seja lá que nome Ele tenha - é algo tão poderoso, algo que faz com que as pessoas se lancem ao mar sem saber se voltarão ou se explodam por aí e ainda assim há tanta gente que faz disso algo para ganhar dinheiro ou status.

Fiquei brava porque eu acho que Deus não quer o meu dinheiro; acho Deus não se importa se eu depilo minha perna e corto meu cabelo; que Deus não se importa se eu não uso saias até o calcanhar ou não me cubro inteira e só deixo os olhos à vista; Deus não vai ficar bravo comigo se eu não for à missa todo domingo e ainda assim for uma pessoa boa (afinal, há tantas pessoas que vão na missa todo domingo e não são capazes de fazer nada para ajudar aos outros); Deus não vai me mandar pro inferno se eu fizer sexo antes do casamento porque foi Ele quem criou o amor e eu sou muito capaz de amar e não querer casar e também acho nem Deus e nem ninguém vai [poder] me criticar pelo que eu digo (mas também acho que ningém precisa concordar comigo).

De repente eu percebi como Deus foi colocado como um tirano que deu a capacidade de escolher mas, veja bem, Ele não vai ficar muito feliz se você não escolher o que Ele quer que você escolha.
De repente eu me dei conta de como Deus foi criado para ser algo inalcansável, distante, e quanto mais longe dos homens, melhor; assim Ele não pode ser questionado, ainda que não seja inteligível, e nem enfrentado; assim, Ele é inegavelmente perfeito.

E se as pessoas estiverem erradas? Se Deus for alguém com quem se pode dialogar falando gírias; se for alguém que não se impõe, apenas ouve e aconselha; se for alguém que ri com você dos seus erros e problemas e lhe ensina a ser corajoso e forte para superar as dificuldades que aparecem na sua frente; se for alguém que não mandou nada, apenas lhe pede para respeitar e ajudar o próximo. A Igreja ficaria triste?
Na Idade Média, eu seria torturada e enforcada por achar que se pode ser feliz, progredir e ajudar os outros à serem felizes e progredirem também sem precisar pagar nada ou precisar ir assistir à uma missa chata em latim - é distante; você não entende nada, mas precisa estar lá para ir pro céu. E se não existir inferno? E se não existir céu, paraíso, descanso eterno? Seria esse o fim? Que fim, fim de quê, fim de quem?
E tantas vezes usaram a batina para matar. E quantos padres não a usaram para esconder mulheres e crianças - no mais sórdido dos sentidos? Não se pode generalizar, obviamente, mas eu me cansei de gente dizendo que os pecados deles são menores que os meus porque, veja, eles usam batina.

Cansei de pessoas me dizendo o que eu tenho que fazer, quanto de mim eu preciso doar para ir pro paraíso, pra não arder no mármore do inferno, para ajudar à humanidade ou simplesmente para dar luxo à pessoas que não merecem, digo, enviados de Deus. Cansei de pessoas repetindo em voz alta aquilo que elas nasceram ouvindo e já nem sabem se são felizes assim ou se foram condicionadas à achar que isso é felicidade. Cansei de religiões que me dão ordens, mandamentos e metas à cumprir para mudar a humanidade sem antes ter mudado, para melhor, quem sou.

Prefiro pensar que eu sou responsável pelo que acontece na minha vida, que as coisas que não entendo e não parecem boas não são culpa do diabo ou da vontade inquestionável de Deus.
Prefiro pensar que é mudando quem sou que eu conseguirei mudar aquilo e aqueles que me cercam.

E se o Deus verdadeiro estiver dentro de mim? Se Deus é amor, e tão somente amor, e eu agir apenas com amor e bondade, porque eu não poderia ser o meu Deus?

Não é porque eu não trago a bíblia comigo que eu mereça ser condenado. E também não é porque eu trago com a bíblia comigo que eu mereça ser idolatrado.

E porque algumas pessoas acham que eu deveria me sentir culpada ou pecadora por pensar assim?
Minha consciência, inteligência e vontade não foram me dadas à toa, independente se pelo Big Bang ou por alguém que soube dar vida ao barro.

["Não concordo com uma só palavra dos que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-las."
Voltaire.]

E é isso aí; independente do que seja isso.

domingo, 8 de abril de 2007

feliz "muito chocolate" páscoa

Porque a história é essa mesma.
Cansei daquela religião que pregava os Dez Mandamentos e saía matanto gente que não aceitava se converter.
E também não quis ver o papa nada simpático falando na televisão.
Eu respeito e aceito.
Mas o meu negócio agora é comer chocolate.


[Muito chocolate pra todos.
E outro dia eu tento explicar melhor essa ravolta toda.
Se é que eu consigo explicar...]

terça-feira, 3 de abril de 2007

um, dois, três!

Não é por ser novo que não seja grande.
Não é por ser perfeito que não seja real.
Não é por ser breve que não seja completo.
Não é por ser inacreditável que não seja verdadeiro.
Não é por ser ininteligível que não seja maravilhoso.
Não é por ser sempre presente que não seja sempre diferente.
Não é por ser de meros mortais como nós que não seja eterno.











Te amo, criatura; de ontem em diante.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

gandaia das ondas/pedra e areia

Confesso que eu, como rainha da indecisão, não sei escolher pra onde vou, que caminhos tomar, se devo voltar atrás e dar (mais) uma olhadinha nas opções, pensar um pouco melhor, talvez tirar no palitinho ou perguntar para as pessoas ao meu redor o que elas acham que eu deveria fazer e ir juntando as opiniões iguais em caixas iguais e depois ver qual pesa mais, pra só então fazer alguma coisa.

Ou seja, escolher um caminho pode não ser tão fácil, mas a idéia de poder escolher é tranquilizadora ainda que meu poder de tomar decisões seja... Que poder de tomar decisões?

Quando eu fechei os olhos, todos os caminhos pareciam iguais e eu não precisava escolher pra onde ia. Mas isso não era bom, era desesperador porque eu teria que ficar ali pra sempre.
Foi aí que ele me puxou.
E digam o que quiserem, pensem o que quiserem - inclusive porque eu acho que muito disso é verdade -, eu fiquei feliz em saber que, ainda que eu não esteja olhando, ele cuida de mim.



Porque quando eu não sei o que fazer e todos os caminhos parecem iguais, ele me mostra a direção certa: é aquela que me leva pra perto dele.
E só o fato de eu poder abraçá-lo e me segurar nele me mostra tudo aquilo que eu não preciso nem estar de olhos abertos pra ver.