O feriado foi divertido.
Conversei muito, dancei muito, dormi pouco, não li nada - mas ganhei um livro bem legal.
Me arrisquei a descobrir coisas novas, coisas que não adianta ninguém nos explicar, nós é que temos que descobrir, e acredito que enriqueci um pouco quem sou.
Quando estava lá, deitada, tentando dormir, e alguém entrava no quarto acendendo a luz na minha cara, eu me escondia. Me virava pro lado e via, além de muitas outras coisas estranhas, aquele estranho que surgiu de repente, pra ficar. Sorria pra ele e me escondia debaixo do braço dele - "quero ficar assim pra sempre"; não me importava que acendessem a luz na minha cara, eu queria dormir e ia dormir. Determinação. Acho que poderia carregar esse sentimento comigo por mais tempo.
Quando o dia não estava muito bom e a mistura de fome, sono e vontade de ir embora me deixava meio irritada, ele me pegou e me levou pra um canto; pra um lugar bonito, de onde se via uma floresta um tanto quanto exuberante e o ar era leve. E ficamos conversando lá. Conversando e sorrindo.
Engraçado como tudo o que me estressa ou me entristece vai embora quando ele chega.
Falando sobre coisas da vida, chegamos à conclusão de que o que tem me atrapalhado - e muito! - é a minha vontade insaciável de ler, que surgiu num dia qualquer e parece não ir embora.
"Tira uns dois ou três dias da semana só pra estudar. A gente dá um jeito, eu te ajudo - embora eu ache que me distrairia muito! Bom, o que vale é intenção."
"Meu problema tem sido querer ler demais. Isso até soa engraçado; 'menina, páre de ler!'"
Sorrio de novo.
Cheguei em casa, fiz um bolo enquanto minha mãe lhe mostrava como se humilha alguém no escala 40 - um certo jogo aí -, fiz um recheio, minha mãe fez a cobertura, montou o bolo. Não cantamos parabéns (por que ele pediu) e fez alguns pedidos ao cortar o bolo.
Mais sorrisos.
Simples. Coisa simples, daquelas que fazem a diferença.
Domingo como aqueles dias lights e sempre necessários.
E não cabe aqui dentro a vontade que tenho de nunca mais te deixar ir pra longe de mim, nem por cinco segundos.
Mas como eu não sou uma pessoas possessiva - apesar da imensa vontade, de vez enquando - dou-te um beijo, um grande abraço e te espero na volta.
"Vou lá conversar com ela e já volto. Sintam-se em casa; podem tirar o tênis, soltar o cachorro, mudar de canal..."
Sintam-se em casa...
Em casa...
Sinta.
Senti.
Acordei com ele tentando me pegar no colo pra me levar pro carro sem ter que me acordar.
Menino maluco, não aguenta nem o peso do próprio corpo sobre o pé machucado e queria carregar o meu peso também, só pra eu não acordar.
Menino apaixonado.
Sorrio.
Amo.
Afirmo.
Reafirmo.
Simples e necessário.