terça-feira, 2 de janeiro de 2007

[falling apart]

Para onde fugir?
Cada vez que piscava, os olhos ameaçavam fechar pra sempre. Cada vez que o caração batia, sentia que este queria parar. E ensopado daquele jeito, o corpo que sempre fora insustentável, ameaçava ceder à qualquer passo.
A quem recorrer? Naquela noite onde tudo parecia uma brincadeira de mal gosto, ele teve medo de se perder no mundo de sombras em que fora jogado.
Sem ar nem rumo, deixou que o levassem: primeiro seu corpo, depois sua alma e, por último, toda sua esperança.
E ai escorrendo pelo bueiro sem ser percebido, esperando que o sol o perdoasse e voltasse logo para trazer de volta tudo o que ele deixou que lhe fosse arrancado.
Mas não havia mais sol nenhum.

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