domingo, 4 de maio de 2008

questão de necessidade

Quando eu escrevo, eu me desenho. Eu me descubro.
É lendo e relendo aquela letra à qual estou tão acostumada, que descubro novos contornos, novos olhares, novas notas.
Começo a achar que sou muito maior do que cabe em mim; "muito", e não simplesmente "maior".
O problema é que as vezes eu não gosto do que vejo.
E as vezes eu percebo coisas que me tornam irreconhecível aos meus próprios olhos.
Quem é aquela refletida no espelho?
Acho que vou pegar o próximo ônibus que passar... Não importa para onde ele vá. O que interessa é o que acontece na estação.
Me enfrentar é muito complicado.
Ouço no rádio as batidas do meu coração, numa freqüência qualquer. Desconfio que não seja a mesma daquela em que nascem minhas palavras.
Procuro sintonizar frenqüências diferentes.
Sintonizar.
Procurar.
Escrever.
Pensar.
Agir?

Tenho sono. E frio.

Um comentário:

Anônimo disse...

sincronizando os fluídos mentalizados nas paredes metabólicas da alma que ao mesmo tempo fundem com as arestas do corpo que por si só se torna um conjunto do físico e do mental em relação ao ser por completo ou apenas uma breve lembrança do que foi um dia.